Candida auris – O SUPERFUNGO

Descrita pela primeira vez em 2009, no Japão, esta levedura tem sido exaustivamente estudada e monitorada em todo o mundo por conta de sua rápida disseminação. Candida auris é considerado, atualmente, uma importante causa de infecções graves em pacientes hospitalizados.

No Brasil, foi descrita pela primeira vez em dezembro de 2020 em paciente hospitalizado, na Bahia, por conta de complicações da COVID-19, sendo este apenas o primeiro caso de um surto com 15 casos que culminaram em 2 óbitos.

Um ano depois (dezembro de 2021), mais um caso foi registrado no mesmo hospital da Bahia e em janeiro de 2022 a levedura foi descrita em outro hospital, dessa vez no Estado do Pernambuco.

Por que esse fungo é tão importante???

Vários estudos mostram que cerca de 90% dos isolados de Candida auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina b e equinocandinas e esses são os principais antifúngicos utilizados para tratar infecções causadas pelo gênero Candida.

Candida auris pode causar infecções de corrente sanguínea e outras formas invasivas, podendo ser fatal em pacientes imunodeprimidos ou imunocompetentes.

Além disso, esse fungo é capaz de permanecer viável por longos períodos de tempo no ambiente e é resistente a diversos desinfetantes hospitalares, entre os quais os que são a base do quaternário de amônio, o que torna extremamente difícil a sua eliminação do ambiente nosocomial, e, consequentemente uma maior propensão a ocorrência de surtos.

Outro ponto importante sobre Candida auris é a dificuldade de obter sua identificação da levedura pelos métodos laboratoriais clássicos. Atualmente, a identificação a nível de espécie é realizada pelo método proteômico Maldi-TOF e confirmada por sequenciamento de DNA, métodos não disponivéis na maioria dos laboratórios clínicos brasileiros.

Referências

  1. Alerta de Risco GVIMS/GGTES/Anvisa no 01/2020 (07/12/2020) - Identificação de possível caso de Candida auris no Brasil.
  2. Alerta de Risco GVIMS/GGTES/Anvisa no 01/2021 (24/12/2021) - Confirmação de
    novo caso de Candida auris no Brasil.
  3. Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA n.04/2021 (14/06/2021) - Orientações para vigilância, identificação, prevenção e controle de infecções fúngicas invasivas em serviços de saúde no contexto da pandemia da COVID-19.

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